FEMdisponibiliza R$ 2,1 milhões do Fundo Estadual de Cultura para vários segmentos
O governo do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), lançou, na última quinta-feira, 27, quatro editais do Fundo Estadual de Cultura no valor de R$ 2,1 milhões, que vai abranger artistas de vários segmentos. A solenidade, comandada pelo presidente da FEM, Minoru Kinpara, reuniu autoridades, fazedores de cultura e representantes da sociedade civil.
Os quatro editais foram publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta segunda-feira (31) e estabelecem os critérios de seleção, bem como os prazos e valores disponíveis para cada segmento.
“Estamos em um momento muito importante da nossa história, numa construção participativa e coletiva das nossas ações e isso, além de fortalecer o diálogo aumenta o respeito com todos os fazedores de cultura do nosso Estado. Temos a grata satisfação de contar com o excelente trabalho dos nossos diretores Executivo Anderson Mariano e, de Eventos Sérgio Siqueira”, destaca Minoru.
O edital para a seleção de projetos nas Áreas de Arte, Patrimônio Cultural e Humanidades, destinados à Produção, Formação, Divulgação, Circulação e Intercâmbio que contribuam para o desenvolvimento artístico-cultural dos 22 municípios é o que disponibiliza a maior parte dos recursos, no valor total de R$ 1 milhão.
O prêmio de Mestres da Cultura Popular contemplará 30 projetos com R$ 10 mil, cada. Já o Prêmio de Fortalecimento da Cultura Indígena contemplará 40 propostas, no valor de R$ 12,5 mil, cada. O Edital de Incentivo Direto à Cultura direcionado a Entidades Culturais vai premiar cinco projetos de até R$ 60 mil.
O evento foi prestigiado pela presidente do Conselho Estadual de Cultura (Concultura), Flávia Burlamaqui, o presidente da Liga das Quadrilhas do Acre (Liquac), Cimar Santos, opresidente da Academia Acreana de Letras (AAL), Adalberto Queiroz e a representante dos povos indígenas, Nedina Yawanawa, que também é diretora da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre.
TODOS OS LINKS PARA DOWNLOAD DO EDITAL ESTÃO LISTADOS.
⎯ Edital Prêmio de Mestres da cultura popular: Um incentivo à preservação e transmissão dos saberes tradicionais, reconhecendo a importância dos mestres e mestras da cultura popular.
⎯ Edital de Prêmio dos Povos Originários: Uma oportunidade de valorizar e apoiar a produção cultural das comunidades indígenas no nosso Estado, respeitando suas tradições e expressões artísticas.
Representantes da área de Planejamento e Projetos (APP) e da Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHC) da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) assessoraram, na semana passada, a elaboração do planejamento operacional do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC) da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Cruzeiro do Sul.
A ação é um produto do projeto de articulação institucional para fortalecimento, reconhecimento e valorização do patrimônio histórico e cultural do Acre, que foi efetivado pela DPHC/FEM em Cruzeiro do Sul, em agosto de 2021.
O encontro foi realizado no Centro de Referência em Inovações para Educação (Crie) e, ao longo de 12 horas, foram apresentadas as atividades desenvolvidas no ano passado pelo DPHAC, além da aplicação da metodologia dos servidores da FEM para auxiliar no planejamento operacional do departamento no período de 2022 a 2024.
Foi realizado o preenchimento das planilhas de atribuições, necessidades, problemas e de projetos do departamento, sendo apresentados os trâmites de tombamento e registro para bens culturais pela servidora da DPHC/FEM, Aurinete Malveira, e elaborados os fluxogramas internos a partir das atividades dos membros do departamento.
O DPHAC de Cruzeiro do Sul é um setor novo, criado em 2021, e já possui diversas ações realizadas, legislação específica na área de proteção do patrimônio cultural e planejamento de execução para o ano de 2022, tais como: catalogação dos bens culturais do município, reuniões do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural, entrevistas com historiadores, pesquisadores e pessoas da terceira idade, documentários sobre manifestações artísticas e culturais, elaboração de cartilha sobre educação patrimonial e a realização da I Semana do Patrimônio Cultural, entre outras atividades.
Para a chefe do departamento do DPHAC de Cruzeiro do Sul, Flávia Vasconcelos, o planejamento operacional realizado pela FEM foi imprescindível para auxiliar nos procedimentos técnicos necessários para os próximos passos do DPHAC. “Foi um diálogo dinâmico e construtivo, a equipe se sentiu grata pelo conhecimento adquirido e pela parceria estabelecida entre os setores e espera-se caminhar junto para contribuir na conservação e valorização dos patrimônios culturais”, contou.
Já para o assessor de Planejamento e Projetos da FEM, Marcelo Ferreira, o encontro foi de grande valia, firmando o fortalecimento entre as instituições e destacando a continuidade do projeto articulação institucional para fortalecimento, reconhecimento e valorização do patrimônio histórico e cultural do Acre em Cruzeiro do Sul, em parceria com Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e lazer.
O titular da pasta municipal, Aldemir Maciel, agradeceu à FEM pela oportunidade de realizar o planejamento operacional da secretaria. “Com esse planejamento, iremos de fato ver caminhos mais concretos para a realização de grandes ações na área do patrimônio histórico, artístico e cultural de Cruzeiro do Sul”, afirmou.
O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Manoel Pedro Souza Gomes, a chefe do Departamento do Turismo do Estado, Sofia Brunetta e a coordenadora de Turismo, Rita Ramos, estiveram reunidos no início desta semana, na sede administrativa da FEM, em Rio Branco, para articular as ações conjuntas entre os dois órgãos para a realização de dois grandes eventos no estado.
A primeira será a realização do I Encontro de Etnoturismo, que acontecerá nos dias 20 e 21 de maio, em Rio Branco.
Outro evento em que as duas pastas estão trabalhando juntas será a realização da escolha da Rainha da ExpoAcre 2022, onde a Fundação de Cultura Elias Mansour estará articulando para, que durante o evento de escolha da rainha da festa, ocorra apresentação de artistas locais.
A cavalgada, que já é tradicional nas aberturas da exposição, também contará com a dobradinha de ambas pastas na realização do evento.
Outra parceria que foi firmada para a 47° edição da ExpoAcre é a participação da SEET, nos palcos culturais, onde estarão expondo os principais espaços de turismo no Acre.
“A FEM tem enorme alegria em poder ajudar a fortalecer o nosso setor turístico, e esse alinhamento entre a FEM e o Turismo é fundamental, pois o turismo também dialoga com a cultura, e vice-versa. A população só terá a ganhar com essa parceria entre a cultura e o turismo”, destaca Manoel Pedro.
Para a chefe do Departamento de Turismo, Sofia Brunetta, a parceria irá gerar bons frutos para o estado e para ambos os órgãos.
“A FEM tem sido uma grande parceira da SEET, sempre tem nos recebido e estendido a mão para ajudar a levar as ações do Governo por meio da Cultura. E essa parceria que hoje estamos trabalhando para o I Encontro de Etnoturismo e as atividades da cavalgada, escolha da rainha da ExpoAcre e da exposição dos espaços turísticos nos palcos culturais que serão montados na feira, serão de fundamental importância para ambos os órgãos, e, em especial, ao turismo”, revela Brunetta.
Alavantú, anarriê! No último domingo, 24, ocorreu o 12ª início do calendário junino. O evento ocorreu no Calçadão da Gameleira, em Rio Branco. Na ocasião, o governo do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), anunciou a realização da festa junina mais aguardada no estado: o Arraial Cultural.
Na manhã da segunda-feira, 25, na sede da FEM, reuniram-se a comissão de realização do evento, juntamente com a diretoria da Liga de Quadrilhas Juninas do Acre (Liquajac), onde deram início aos diálogos para a construção desta grande festa.
Estiveram presentes no encontro o presidente da FEM, Manoel Pedro Gomes, o chefe da Divisão de Apoio à Cultura, Milton Farias, e o presidente da Liquajac, Cimar dos Santos, além de membros da diretoria da Liga.
“Queremos realizar um grande evento para o retorno das festividades juninas no Acre após a pandemia, um momento que foi muito delicado, e a população não pôde estar junta. Nesta edição, queremos fazer algo amplo e participativo, que seja inclusivo com os quadrilheiros do interior”, revela o presidente.
Ainda nesta semana, a comissão se reúne para definir e ajustar alguns detalhes; dentre eles, o local que irá receber a festa junina do Estado.
Em 2021, o Governo do Acre, por meio da Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHC), da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), esteve no município de Porto Acre, distante 58 quilômetros da capital acreana, para promover o Projeto de Reconhecimento, Fortalecimento, e Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural do Acre.
Após alguns meses da execução do Projeto, já se pode deslumbrar os efeitos junto aos munícipes.
Nesta semana, o vereador Leandro Bezerra, estimulado pelo Projeto, apresentou na Câmara Municipal de Porto Acre, um Anteprojeto de Lei, de sua autoria, que visa inserir na grade curricular da rede de ensino do município a disciplina que estude a história do patrimônio histórico e cultural de Porto Acre, materiais e imateriais.
O parlamentar destaca a importância do projeto do Governo para a criação do Anteprojeto.
“A ideia é resgatar e fazer com que nossas crianças portoacrenses possam conhecer mais a fundo nossa história, e possam passar à frente. Sempre tive esse desejo de que nossa história tão linda e importante para nosso estado não se perdesse, após o encontro do projeto da FEM, aqui no município, e com as palestras e oficinas, essa chama acendeu dentro de mim”, revela o vereador.
O projeto encontra-se agora na Comissão de Legislatura e Justiça da Câmara Municipal de Porto Acre, e deve ser votado pelo Plenário da Câmara em breve.
A Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHC) da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) retoma o projeto de Articulação Institucional para Fortalecimento, Reconhecimento e Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural do Acre, que foi iniciada em julho de 2021.
O projeto faz parte da área de Fomento à Pesquisa, Proteção e Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado Acre, inserido no Plano Plurianual do governo Gladson Cameli.
O objetivo é sensibilizar os gestores municipais de cultura e áreas afins da importância de trabalhar o patrimônio cultural como um vetor de promoção social, através da implantação de legislação específica e ações educativas sistemáticas e lúdicas que atinjam a compreensão social em 21 municípios acreanos, com exceção de Rio Branco, que já possui legislação própria.
No mês de abril, a FEM irá capacitar os gestores municipais de Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter. Entre as ações planejadas estão: articulação institucional para o fortalecimento da implementação da lei municipal de patrimônio histórico e cultural; capacitação em Educação Patrimonial; oficina de jornalismo cultural; visita técnica dos bens culturais e relatório situacional das atividades desenvolvidas.
Como resultado da etapa do ano de 2021, foram capacitados 251 gestores municipais em 14 municípios, com carga horária total de 188 horas; visita técnica em 120 bens culturais e registro de quase 2.000 fotos.
Segundo o presidente Manoel Pedro o projeto tem sido um grande sucesso devido sua importância para o fortalecimento do patrimônio histórico e cultural.
“Temos visto que os gestores têm conseguido captar a mensagem que o Projeto tem levado aos municípios, que é gerar esse sentimento de pertencimento e zelo por nosso patrimônio histórico e cultural, que é tão intrínseco a nós”, revela ele.
A pandemia da Covid-19 trouxe vários e grandes desafios à área educacional. O cenário exigiu que, de maneira quase universal, se optasse pelo fechamento provisório dos espaços de ensino. Aqui no Acre não foi diferente, inclusive na nossa Usina de Arte. Em março de 2020 suspendemos a oferta de oficinas e cursos, além do agendamento de pautas externas.
Em 2021, retornamos com nossas atividades e aulas, mas ainda de forma limitada. Ofertamos, pela Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), uma turma de curso livre, sobre Iniciação à Linguagem Teatral, no segundo semestre.
Pelo Instituto de Educação Profissional – IEPTEC-Dom Moacyr, abrimos duas turmas no âmbito do Novo Ensino Médio, atendendo os itinerários formativos da formação técnica e profissional, um curso de qualificação profissional em Assistente de Produção Cultural, de 200 horas, e um curso técnico em Processos Fotográficos, de 800 horas, o qual ainda está em andamento.
Agora, neste início de 2022, o governo do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), intensifica a oferta de cursos com aulas presenciais para novos alunos da Usina de Arte, mas de maneira gradativa e alinhando as atividades aos protocolos de segurança em saúde. Neste momento, abre inscrições gratuitas para cursos livres na modalidade presencial, marcando a retomada do programa de formação artística da FEM na Usina de Arte João Donato. Ao todo, serão disponibilizadas 100 vagas neste semestre. Para o segundo, teremos mais cursos e vagas.
Para o presidente da FEM, Manoel Pedro (Correinha): “este é um momento muito aguardado pela população, por aqueles que querem iniciar um aprendizado na área artística, seja no teatro ou nas artes plásticas. A Usina de Arte é um espaço de formação, por isso não faz sentido ficar de portas fechadas pro ensino. O governo conseguiu recursos pra reformar o espaço, agora nossa luta é pra garantir mais recursos para dar continuidade às ações de formação com qualidade como ela sempre teve e no que é referência.”
O período de inscrição é de 15 a 28 de março de 2022. Os interessados podem se inscrever por meio do link disponibilizado no blog da Usina de Arte, em nossas redes sociais e no portal da Fundação de Cultura Elias Mansour.
Para concorrer a uma vaga, o interessado deve ter a idade mínima de 15 anos.
Havendo um número de inscritos maior que a quantidade de vagas para cada turma, faremos seleção dos inscritos a partir da análise das informações fornecidas no formulário de inscrição, habilitando os candidatos que melhor atenderem ao perfil do curso.
Aqueles que não entrarem para a turma na primeira lista, irão compor o cadastro reserva. Havendo desistência da vaga, sortearemos os inscritos da lista de espera.
Os cursos terão início nos dias 5 e 6 de abril. As aulas, com carga horária de 3 horas a cada encontro, acontecerão duas vezes por semana em dias alternados. Mais informações na ficha de inscrição.
Na primeira semana de aula, o aluno precisará, para se matricular, preencher a ficha de matrícula acompanhada de uma foto 3×4 e apresentar os seguintes documentos: comprovante de residência, cópia de RG ou CNH.
O governo do Estado do Acre, através da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), realizou e idealizou uma pesquisa a respeito da complementação histórica da região produtora do açaí mais notável do estado, Feijó.
O estudo foi realizado por meio de uma parceria firmada entre SEBRAE – AC; FEM, através da DPHC – Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural; e pelo NEPHI – Núcleo de Estudos e Pesquisas do Patrimônio Histórico Imaterial, como parte do projeto AC IG – Indicações Geográficas.
A pesquisa aconteceu durante todo o ano de 2021. O Sebrae convidou a representante da FEM na área de Patrimônio Histórico, Irineida Nobre, historiadora, gestora de políticas públicas, para fazer a contextualização histórica do açaí de Feijó.
O projeto objetivou registrar a complementação histórica do Dossiê de Notoriedade da região produtora do açaí de Feijó, através de um material audiovisual e escrito elaborado por meio de pesquisa bibliográfica, entrevistas de campo, reuniões com lideranças locais, produtores, agricultores e associações.
A RELAÇÃO ENTRE O MUNICÍPIO E O AÇAÍ
O açaí produzido em Feijó é considerado por muitos críticos como o melhor do Brasil devido a sua espessura mais grossa e sabor mais doce. O município de Feijó fica localizado na região central do estado do Acre.
Em Feijó, o açaí transpassa as fronteiras da ingestão como alimento e percorre todo esse caminho de conectar as pessoas com uma identidade forte e geograficamente muito bem delimitada: “O açaí de Feijó”, expressão que pode ser ouvida com muita facilidade em todo território acreano.
A identidade visual da cidade é algo que chama a atenção em Feijó, pois a cor roxa é muito presente na pintura de muitas casas, fachadas de instituições de ensino, espaços recreativos e até na pintura dos veículos de táxi local. O preço da tinta roxa também é diferente, o que demonstra que a cidade reconhece o fruto como símbolo.
SOBRE O FRUTO
O Açaí é uma espécie nativa das várzeas da região amazônica, especificamente da Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas, e Brasil: nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Tocantins. Deste fruto pode ser extraída a polpa, que pode ser utilizada para a produção de vinho, além de servir como acompanhamento de iguarias em outros pratos.
Na Amazônia, o açaí é consumido tradicionalmente junto com farinha, e há quem prefira fazer um pirão com farinha e comer junto com peixe assado ou camarão, ou consumir o vinho com açúcar.
O açaí possui ainda significativas quantidades de antocianina, nutriente responsável pela sua coloração roxa. Essa substância evita a degeneração celular, e subtrai o aparecimento de problemas cardiovasculares.
NOTORIEDADE DO PRODUTO
Os açaizeiros de Feijó são nativos, os chamados “açaí solteiro”, distribuídos por todo o território de forma impressionante e exuberante. São tantos “pés de açaí” que a impressão é de que para qualquer lugar, ou de qualquer janela que se olhe, lá tem um “pé de açaí” olhando de volta, relata a historiadora Irineida. O açaí possui grande importância cultural e social nas regiões, onde existem cooperativas, as quais produtores e trabalhadores do ramo buscam aumentar o escoamento da produção e a qualidade de seus produtos, aumentando assim o preço de venda.
O FESTIVAL DO AÇAÍ DE FEIJÓ
Quando foi criado, o festival consistia em ser uma troca de experiências entre produtores e de produtos derivados do açaí, sem fins comerciais. No entanto, com o passar do tempo, a celebração ganhou notoriedade e ainda passa por mudanças até os dias atuais.
É comum ouvir relatos de famílias, amigos e curiosos que se organizam em grupos e se deslocam de Rio Branco (capital acreana) e de outros municípios para prestigiar o Festival do Açaí de Feijó. A quantidade de público também impressiona. No ano de 2021, foi a primeira vez que o festival aconteceu de forma remota, mas mesmo assim houve grande participação de público.
Este festival mobiliza o estado inteiro. Além de poderem saborear o melhor açaí do Brasil, os festeiros podem curtir shows de celebridades locais e nacionais, o que faz com que o festival tenha muito crédito com a população acreana.
A PRODUÇÃO
As pesquisas sobre o fruto mostraram que o gosto do açaí muda de região para região; seu modo de ser feito; seu rendimento e sua intensidade. Feijó, no entanto, carrega isso em essência pela quantidade de palmeiras exorbitantes que possui, pelas famílias que vivem da produção do açaí e, principalmente, pelo fato do fruto ser o símbolo da cidade.
Para o presidente da COPERAÇAÍ, José Giovanni Nascimento, registrar a produção que ocorre é de suma importância para a valorização do trabalho. “A IG do açaí é importante em três grandes pilares: o primeiro é não perder a identidade; o outro é a parte econômica e a competitividade do produto e sua valorização de mercado; o terceiro é a sustentabilidade e manter a “mata em pé”, porque mais de 99% hoje da nossa produção é natural e nativa. Nós precisamos dessa “mata em pé”, então existem três pilares no Dossiê de Notoriedade da região produtora do açaí de Feijó que pode estimular e fortalecer aspectos da história e da cultura”, explica.
A pesquisadora e historiadora responsável por esse dossiê histórico do açaí, Irineida Nobre, não só indica a qualidade da produção e do fruto, mas também o festival de Feijó que possui importantes aspectos sociais, culturais e turísticos.
“Eu indico, para possível registro e salvaguarda, via decreto estadual e municipal, o festival do açaí de Feijó pelas diversas características apontadas na pesquisa, que levam esse evento de décadas de existência a um patamar de patrimônio histórico-cultural imaterial do Acre.”, explica.
O Governo do Estado e a Fundação Cultural Elias Mansour (FEM) realizaram um encontro com os gestores municipais de cultura, que teve início na terça-feira, 14, e se encerrou nesta quarta-feira, 15, em Rio Branco. O evento aconteceu no Theatro Hélio Melo, no centro da capital, e contou com a presença de 18 secretários, dos 22 municípios acreanos.
O objetivo do encontro era escolher a nova diretoria da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), para o biênio 2022/2023.
Após vários debates voltados para o fortalecimento, e metas para a cultural e para os fazedores de cultura do Acre, os gestores, por aclamação, decidiram pelo nome do secretário municipal de cultura de Cruzeiro do Sul, Aldemir Maciel, como presidente da Comissão.
A mesa diretora é composta ainda pelo chefe do Departamento de Políticas Culturais da FEM, Diego de Negreiros, como vice-presidente, e pela secretária municipal de cultura de Epitaciolândia, Enage Peres, que assumirá a função de secretária-geral da CIB.
O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Manoel Pedro Gomes, destacou, durante sua fala, os avanços e desafios enfrentados pelos gestores, durante a pandemia.
“Tivemos mais de 1 ano e meio roubados, tivemos que ficar em casa, e isso foi prejudicial a todos, mas mais ainda para os fazedores de cultura em todo o Acre. E nós como gestores pudemos acompanhar esse momento tão delicado para eles. Tivemos muitos avanços e desafios vencidos neste período. A Lei Aldir Blanc nos possibilitou a dar uma nova chance a esses artistas e, com muita responsabilidade e transparência, capitaneamos o recurso de mais de 14 milhões de reais para todo o estado, e assim, os fazedores de cultura puderam respirar mais aliviados. E cada gestor em seus municípios dentro de suas limitações contribuíram para que esse setor tão especial que é a cultura não fosse tão penalizada”, destaca o presidente.
Em sua fala, após aclamação para exercer a presidência da Comissão, Aldemir Maciel destacou os desafios e metas que a Comissão buscará alcançar junto aos gestores em seus municípios.
“É muito grande o desafio de estar à frente da CIB, e vamos juntos trabalhar para implantar nos 22 municípios do Acre a lei do sistema de cultura. Temos dois grandes aportes financeiros para o incentivo à cultura em 2022, que é a lei Paulo Gustavo e Lei Aldir Blanc II que, para podermos acessar e executar, os municípios terão que já terem aprovado a Lei que institui o sistema municipal de cultura, esse é um dos vários desafios a serem alcançados pela CIB”, pontuou ele.
No final do encontro, o chefe do departamento de políticas culturais da FEM, Diego de Negreiros, destacou a importância do evento para a cultura local.
“Esse momento é primordial, pois aqui podemos trocar experiências, angústias e abrir nossa visão em relação ao que podemos fazer como Estado para ajudar no fomento à cultura e seus fazedores, após as escutas de cada fala de cada gestor. Queremos que esse vínculo seja constante entre o Estado e os gestores municipais, pois são eles quem estão na ponta, acompanhando e conhecendo a realidade e peculiaridade de cada cidade e de cada fazedor de cultura”, frisa Diego.
O município de Manoel Urbano recebeu, nos dias 1 e 2 de dezembro, o projeto de Articulação Institucional para o Fortalecimento, Reconhecimento e Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural da Divisão de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHC) da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM).
A cidade foi a 14ª e última a ser visitada pela equipe multidisciplinar da FEM no ano de 2021, que encerrou as atividades com a participação da população. O encontro ocorreu no Centro de Eventos da igreja Assembleia de Deus e contou com a presença de gestores municipais das pastas de educação e cultura.
A programação do projeto, que totalizou 12h de capacitação, incluiu a realização de três oficinas e uma visita de campo. Na primeira oficina, a servidora Elane Cristine explicou sobre o projeto que está vinculado ao Plano Plurianual (PPA) do Governo do Acre, e sobre as legislações de preservação e proteção do patrimônio histórico e cultural.
Os gestores municipais incluíram 41 bens culturais de natureza material como praças, sítios arqueológicos, igrejas e clubes sociais e, também, patrimônios imateriais como parteiras, rezadeiras, procissões, festivais e ofícios de canoeiro, bordadeiras, tarrafeiro, entre outros.
Na segunda oficina, a servidora Aurinete Malveira explanou sobre a importância da aplicação da educação patrimonial para o fortalecimento da cultura local. Já na terceira oficina, a servidora Hannah Lydia realizou a oficina de jornalismo cultural com os participantes, falando sobre a importância das mídias sociais e da divulgação das atividades artístico-culturais. No final foi organizado o roteiro do corredor cultural, que os gestores escolheram para a pesquisa de campo.
Uma avaliação sobre a ação foi realizada com os presentes e o principal encaminhamento é a criação de uma diretoria de cultura no município, já que, atualmente, a área está ligada à Secretaria Municipal de Educação. Segundo os participantes, com um gestor responsável diretamente pela cultura fica mais fácil realizar o planejamento operacional das metas do PPA do município, que inclui a revisão do Sistema Municipal de Cultura, construção de colegiados e fóruns setoriais, e a realização efetiva do calendário artístico-cultural.
No dia 02 de dezembro, realizou-se a vistoria técnica com a presença das servidoras da FEM e dos gestores municipais que visitaram 10 bens culturais. São eles: Praça Nossa Senhora da Penha; Igreja São Sebastião; maquinário do primeiro motor de energia da cidade; antiga pista de pouso; escola Dom Próspero Bernardi; prédio da antiga prefeitura; primeiro mercado municipal; antigo prédio da COBAL; casa-barco do Zé e antigo prédio da Cageacre, que ainda possui em funcionamento a peladeira de arroz e o maquinário de grãos.
Cada bem cultural recebeu sugestão de melhoramento da equipe da FEM para potencializar a preservação e conservação do bem. Entre os exemplares apresentados, o antigo prédio da COBAL, que atualmente possui em seu depósito os inservíveis da prefeitura, foi identificado como um espaço extremamente adequado para se tornar o primeiro centro cultural de Manoel Urbano. Como indicação, foi proposto aos gestores municipais e trabalhadores da cultura que os mesmos façam essa solicitação ao prefeito da cidade e dessa forma terem um local para difusão da cultura do município.